História pra contar #4 : Capitulo 4 - Confissão

        


     Olá pessoal 

     Chegamos ao Quarto capítulo da história de Litinho, nossa obra semestral escrito pelo meu caro amigo Marcelo. O momento é a confissão de Reginaldo de todos os seus pecados, confira abaixo o que aconteceu para chegarmos aqui : 

Capitulo 1https://goo.gl/MU26P3  /Capítulo 2 : https://goo.gl/BM9JRm   /Capitulo 3 : https://goo.gl/rnw7uf  

Fique agora com o Capítulo 4 





Litinho : Capítulo 4 – Confissão



Quisera eu tê-la em meus braços,
rever-te agora, defronte, sem hora.
Contemplar-te a beleza dos olhos castanhos,
mas a quimera tristeza deixou-te ir embora.

Rosa vermelha, vermelho intenso
num vaso pequeno, vida sofrida.
Almeja, desejo, voltar para terra
entregar teu perfume sem viver ressentida.

Porém se mantém.
Na fé, desengano.
Cega, adiante, combatente feroz.

Sacrifica o amor,
a esperança e a sorte
esperando na morte alegria entre nós.


— Padre, eu pequei. Desta vida arranquei a flor dos meus dias. Entreguei-me a ilusão e, sem abrir mão, os segredos do meu coração me abriram uma ferida. Nós éramos jovens, amantes convictos, amor de infância que enfrenta os demais. Conhecemo-nos aqui, nesta igreja, nas missas matutinas dos dias dominicais. Mas a vida acovarda e o medo dispara e a morte matada desabou o meu mundo. O assassino sou eu, pior dos jagunços, neguei-me este amor por trama e tumulto. Queriam que eu, minha família, futuro doutor e com um nobre endereço, não arrumasse pretexto nem estripulia para intentar o desatino de casar com uma pobre menina que possuía meu apreço. E me fizeram o possível, me girando a cabeça, para deixar de querê-la não importando a medida. Mas aqui se faz e aqui se paga e nesta tragédia que aqui lhe conto... um filho o destino gerou selando no astral nosso encontro. Padre, eu pequei. Quando nos separamos por massacre e por minha covardia eu disso não sabia e ela amargurada foi-se embora prenha de cria minha. E como descobri? Depois de meses sofridos quando o parto chegou e por intermédios de terceiros o vento soprou que ela não suportará a dor e no parto morrera. Minha cara Diana. Era um menino. E também sucumbira. E eu nem fui ao enterro. Que vida vazia. E hoje os sonhos me assolam e me perguntam quem sou eu.
      Doutor Vereador! Tudo abaixo do sol é vaidade! Já dizia Salomão antes mesmo da cristandade. E agora? Em qual lugar cheguei? Isto já posso indagar, pois já me sinto morto. Casei, tive filho, mas esta chaga amarga eu carrego comigo. Padre, eu pequei. E daqui para frente eu não mais sei o que será ou o que há de vir, mas sigo em débito e sei que não posso mais me redimir.

      O padre Tião lembrou-se de tão destiladas palavras  daquela confissão quando recebeu a notícia da partida d’alma do vereador do município: Reginaldo de João, filho de barão, doutor vereador. Que se precipitou na amargura e mais uma vez, por sina sua, deixou mulher e filho. Maria Cristina e Pedro de João que neste labirinto e desmantelo também fazem parte deste enredo.


Continua no Cap 5... 

É isso ai pessoal 
Até a próxima 

 

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